Durante a narrativa Antoine Saint-Exupéry nos convida a passear pelo universo, conhecendo o planeta de origem do Pequeno Príncipe, B612, e outros sete, sendo o ultimo a Terra, no qual conheceu o sentido de cativar, através da amizade com a raposa, a solidão, em contato com a serpente, e onde conseguiu um carneirinho, desenhado pelo piloto que encontrara no meio do deserto do Saara.
"Eu aprendera, pois, uma segunda coisa, importantíssima : o seu planeta de origem era pouco maior que uma casa!
Não era surpresa para mim. Sabia que além dos grandes planetas- Terra, Júpiter, Marte ou Vênus, aos quais deram nomes- há centenas e centenas de outros, por vezes tão pequenos que mal se vêem no telescópio.Quando o astrônomo descobre um deles, dá-lhe por nome um número. Chama-o, por exemplo: asteroide 3251.Tenho sérias razões para supor que o planeta de onde vinha o príncipe era o asteroide B612. Esse asteroide só foi visto uma vez ao telescópio, em 1909, por um astrônomo turco."
Em seu pequeno planeta, encontra-se três vulcões, sendo um já extinto, uma Flor muito vaidosa, pela qual demonstrou cuidado e atenção. Durante o dia, seu trabalho consistia em cuidar dos vulcões para que não entrassem em erupção e em arrancar da terra os frutos de baobá:
"E um baobá, se a gente custa a descobri-lo, nunca mais se livra dele. Atravanca todo o planeta. Perfura-o com suas raízes. E se o planeta é pequeno e os baobás numerosos, o planeta acaba rachando."
No final da tarde o principezinho gostava de assistir o pôr-do-sol.
Alguns dias, meses ou talvez anos depois de ter conhecido a rosa, revolvido seus vulcões e cuidado dos baobás, ele fugiu com pássaros selvagens em busca de evitar as queixas da flor e à procura do real sentido da vida. Deparou-se, porém, com mais questões. Viajou pelos asteroides 325, 326, 327, 328, 329, 330 e, finalmente, á Terra.
O primeiro planeta visitado pelo Pequeno príncipe, era habitado por um Rei orgulhoso, acreditava que todos eram seus súditos e ele era rei de tudo. Seu planeta era tão pequeno, quanto o de origem do jovem viajante, ao centro encontrava-se o rei sentado suntuosamente em seu trono. O monarca tentou fazer do príncipe Ministro da Justiça "-Mas não ninguém a julgar"- respondeu o pequeno. "- Eu te faço meu embaixador, apressou-se o rei a gritar" mas o jovem já havia partido.
O segundo planeta visitado, fora o do homem Vaidoso. Qualquer coisa que fosse dita pelo principezinho era ignorada, pois o homem só se importava com aplausos e o reconhecimento por sua beleza e desenvoltura.
"- Ah! Ah! Um admirador vem visitar-me! exclamou de longe o vaidoso, mal vira o príncipe.
Porque, para os vaidosos, os outros homens são sempre admiradores."
O terceiro planeta a ser visitado era habitado por um homem bêbado, cercado por garrafas vazias e um caixa de garrafas cheias. Neste planeta é representado o vício.
“ eu bebo para esquecer que tenho vergonha de beber”
O quarto planeta visitado pelo Pequeno Príncipe era o do homem de negócios: A ganância, pois ele vivia preocupado com números, e exclusivamente ,em perpetuar um progresso infundado. O Jovem se inquietou com a falta de tempo para nada, além de contar as estrelas, que o homem dedicava.
"- Há cinqüenta e quatro anos que habito este planeta e só fui incomodado três vezes. A primeira vez foi há vinte e dois anos, por um besouro caído não sei de onde. Fazia um barulho terrível, e cometi quatro erros na soma. A segunda foi há onze anos, por uma crise de reumatismo. Falta de exercício. Não tenho tempo para passeio. Sou um sujeito sério. A terceira... é esta! Eu dizia, portanto, quinhentos e um milhões..."
Vivia a dizer que era um homem sério, e essa afirmativa intrigava o jovem viajante.
O quinto planeta visitado era habitado pelo acendedor de lampião: Preguiça, não pensava nem refletia, apenas seguia o regulamente que o mandava ascender e apagar a luz.
"-Bom dia. Por que acabas de apagar teu lampião?
É o regulamento- respondeu o acendedor-. Bom dia
Que é o regulamento?
É apagar meu lampião. Boa noite.
E tornou a acender.
-É o regulamento, respondeu o acendedor.
-Eu não compreendo, disse o principezinho.
-Não é para compreender, disse o acendedor. Regulamento é regulamento. Bom dia.
-Eu executo uma tarefa terrível. Antigamente era razoável. Apagava de manhã e acendia á noite. Tinha o resto do dia para descansar e o resto do noite para dormir...
-E depois disso, mudou o regulamento?
-O regulamento não mudou, disse o acendedor. Aí e que está o drama! O planeta de ano em ano gira mais depressa, e o regulamento não muda!
-E então? disse o principezinho.
-Agora, que ele dá uma volta por minuto, não tenho mais um segundo de respouso. Acendo e apago uma vez por minuto!"
-Mas porque acabas de o acender de novo?"
O sexto planeta visitado tinha como habitante um velho geógrafo, e era dez vezes maior. O escritor se considerava um sábio por saber onde se encontrava os mares, os rios, as cidades, as montanhas e os desertos. Apesar de não explorar o mundo, ele escrevia o que ouvia falar, e assim se considerava mais sábio que os outros.
O geografo "recebe os exploradores, interroga-os, anota as suas lembranças. E se as lembranças de alguns lhe parecem interessantes, o geógrafo estabelece um inquérito sobre a moralidade do explorador."
O sétimo planeta a ser visitado foi a terra : De inicio o pequeno príncipe encontra um alta montanha e a escola, quando chega ao topo ele diz Oi, mas tudo que recebe em troca é o eco.
"Que planeta engraçado! pensou então. É todo seco, pontudo e salgado. E os homens não tem imaginação. Repetem o que a gente diz... No meu planeta eu tinha uma flor: e era sempre ela que falava primeiro".
Mas aconteceu que o principezinho, tendo andado muito tempo pelas areias, pelas rochas e pela neve, descobriu, enfim, uma estrada. E as estradas vão todas na direção dos homens.
Encontrou no caminho um campo repleto de rosas, com as quais conversou, e se entristeceu ao lembrar da flor que habita seu planeta. Acredita que ela era unica, no entanto, naquele campo haviam outras cinco mil iguais.
"Depois, refletiu ainda: "Eu me julgava rico de uma flor sem igual, e é apenas uma rosa comum que eu possuo. Uma rosa e três vulcões que me dão pelo joelho, um dos quais extinto para sempre. Isso não faz de mim um príncipe muito grande..." E, deitado na relva, ele chorou."
E então foi quando apareceu a raposa, que lhe ensinou o verdadeiro significado do amor e do verbo cativar. Repassando tudo que viveu durante suas viagens pelo Universo, o pequenino construiu outro laço e amizade, dessa vez com um aviador que caíra com seu avião no deserto do Saara. Apesar de a muito tempo ter deixado de ser criança, aos poucos o aviador se permitiu acreditar no essencial que é invisível aos olhos- um segredo inicialmente da Raposa e logo após do Pequeno Príncipe.
Após um ano de sua chegada na Terra, acompanhado de seu carneirinho, feito por seu amigo aviador
Após um ano de sua chegada na Terra, acompanhado de seu carneirinho, feito por seu amigo aviador
O jovem viajante deixou-se levar, pela mesma estrela que o conduziu em sua viagem, de volta a seu planeta. Partiu durante a noite, onde os desertos tornaram-se belos e as estrelas passaram a sorrir. "O que torna belo o deserto, disse o principezinho, é que ele esconde um poço nalgum lugar." Sentia saudades de sua casa, sentia falta da flor arrogante, que somente longe aprendera o verdadeiro valor que tinha.
"Eis aí um mistério bem grande. Para vocês, que amam também o principezinho, como para mim, todo o universo muda de sentido, se num lugar, que não sabemos onde, um carneiro, que não conhecemos, comeu ou não uma rosa...
Olhem o céu. Perguntem: Terá ou não terá o carneiro comido a flor? E verão como tudo fica diferente...E nenhuma pessoa grande jamais compreenderá que isso tenha tanta importância".
"Esta é, para mim, a mais bela paisagem do mundo, e também a mais triste. É a mesma da página precedente. Mas desenhei-a de novo para mostrá-la bem. Foi aqui que o principezinho apareceu na terra, e desapareceu depois."
Deste modo, Antoine Saint-Exupéry se despede, nos um deixando alerta: "Se então um menino vem ao encontro de vocês, se ele ri, se tem cabelos de ouro, se não responde quando interrogam, adivinharão quem é. Então, por favor, não me deixem tão triste: escrevam-me depressa que ele voltou..." Geração, após, geração, admirou o infinito céu em busca de algum sinal de retorno do pequenino.
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